segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Análise do marxismo

"A ingenuidade dialéctica de certos marxistas se manifesta em raciocínios como este:

A é operário, é a afirmação, é a tese. B é o patrão, o capitalista, a antítese. Mas A é inseparável de B, e B inseparável de A, pois são as relações entre ambos, A e B, que formam A e B. A pessoa de A está fundida em B, de forma que B, nesse momento, passa a ser negação de B que era negação, e porque afirma A, passa portanto a ser negação da negação. A leitura do Organon de Aristóteles esclareceria bem tais aspectos dos chamados contrários correlativos.

Marx jamais raciocinaria assim. É da fatalidade de certos mestres certos discípulos...

Se os marxistas meditassem mais sobre as diversas contribuições dialécticas, vindas de outras origens, evitariam certos erros interpretativos da história que os tornaram os mais acabados profetas malogrados dos factos. Quem se debruça sobre o pensamento socialista, desde logo observa que os marxistas, apesar de toda a sua convicção de verdade, foram, na crítica, constantemente errados. Leiam-se as obras de Lenine, Marx e Engels, etc., e verificar-se-á, nelas, o número exagerado de vezes em que se lêem palavras como estas: "nessa época estávamos errados..."

Mário Ferreira dos Santos - Lógica e Dialéctica

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