sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Minha filosofia

Baixe o livro: Cuca fundida - Woody Allen

"Querem saber como comecei a desenvolver minha filosofia? Foi assim: Minha mulher, ao convidar-me para provar o primeiro suflê de sua vida, deixou cair acidentalmente uma fatia dele no meu pé, fraturando com isso diversos artelhos. Médicos foram chamados, raios X tirados e, depois de examinado do tornozelo aos pés, mandaram-me ficar de cama durante um mês. Durante a convalescença, dediquei-me ao estudo dos maiores pensadores ocidentais - uma pilha de livros que eu havia reservado justamente para uma oportunidade dessas. Desprezando a ordem cronológica, comecei por Kierkegaard e Sartre e depois passei rapidamente para Spinoza, Hume, Kafka e Camus. Não me entediei nem um pouco, como supunha. Ao contrário, fiquei fascinado pela lepidez com que esses gênios demoliam a moral, a arte, a ética, a vida e a morte. Lembro-me de minha reação a uma observação (como sempre, luminosa) de Kierkegaard: “Toda relação que se relaciona consigo mesma (ou seja, consigo mesma) deve ter sido constituída por si mesma ou então por outra.” O conceito trouxe lágrimas aos meus olhos. Puxa vida! - pensei - isso é que e ser profundo!"

Baixe o livro: Cuca fundida - Woody Allen

Fonte: PDL

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Os intelectuais e o gramscismo no Brasil

"...Assim, neste clima de desilusão com a luta armada (uma típica visão da orientação leninista do PCB), aparece Gramsci com uma nova solução para os problemas revolucionários: não há necessidade de lutarmos (no sentido bélico do termo), basta nós conquistarmos (o que Gramsci chamou de guerra de posições) as posições da classe dominante e formarmos o consenso. Assim, subvertendo toda a orientação dos intelectuais comunistas brasileiros (versados no marxismo-leninismo e fazendo acontecer o previsto em seu livro “Estado e Revolução”) aparecem novos intelectuais interessados em re-pensar o marxismo no Brasil. Deste modo, Gramsci aparece como um salvador da política da esquerda nas décadas de 60-70 e ainda nos tempos atuais."


Leia o post completo em : Ação Humana


Fonte: Ação Humana

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Olhe-a bem. Já não a verá nunca mais.

Baixe: poemas e contos de Jorge Luis Borges

"- Não pode ser, mas é. O número de páginas deste livro é exatamente infinito. Nenhuma é a primeira; nenhuma, a última. Não sei por que estão numeradas desse modo arbitrário. Talvez para dar a entender que os termos de uma série infinita admitem qualquer número."

Jorge Luis Borges

O livro de areia / Funes, o memorioso / A biblioteca de Babel / O Outro / As coisas / O Livro / Poema dos dons / O forasteiro / etc...


Baixe: poemas e contos de Jorge Luis Borges


Fonte: 4shared

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O kitsch não se interessa pelo insólito, ele fala de imagens-chave, profundamente enraizadas na memória dos homens

Baixe o livro: A Insustentável Leveza do Ser - Milan Kundera

"A primeira revolta interior de Sabina contra o comunismo não tinha uma conotação ética, mas estética. O que a repugnava não era tanto a feiúra do mundo comunista (os castelos convertidos em estábulos), mas a máscara de beleza com que ele se disfarçara, isto é, o kitsch comunista. O modelo desse kitsch era a chamada festa de 1º de maio...

A palavra de ordem tácita e não escrita do desfile não era Viva o comunismo! mas sim Viva a vida! A força e a astúcia da política comunista foi ter se apossado dessa palavra de ordem. Era precisamente essa estúpida tautologia ( Viva a vida ) que levava ao desfile comunista pessoas completamente indiferentes às idéias comunistas."

Baixe o livro: A Insustentável Leveza do Ser - Milan Kundera

Fonte: 4Shared

domingo, 25 de novembro de 2007

Perdoa-me por me traíres

Baixe : Perdoa-me por me traíres - Nelson Rodrigues

"Gilberto - Não, Raul! Quero um lugar em que eu possa gritar, onde eu seja amarrado materialmente! Psicanálise, não. Calmantes, eu quero calmantes! Ou, já sei: malária! Não acredito em psicanálise, mas acredito em febre! Quero que a febre queime os miolos da minha cabeça e, sobretudo isto: não quero pensar. (num crescendo fanático) Não quero, não quero, não quero! (termina num soluço)."


Baixe : Perdoa-me por me traíres - Nelson Rodrigues


Fonte: 4shared


sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Ponho as cartas na mesa

"Anjo daltônico

Tempo da infância, cinza de borralho,
tempo esfumado sobre vila e rio
e tumba e cal e coisas que eu não valho,
cobre isso tudo em que me denuncio.

Há também essa face que sumiu
e o espelho triste e o rei desse baralho.
Ponho as cartas na mesa. Jogo frio.
Veste esse rei um manto de espantalho.

Era daltônico o anjo que o coseu,
e se era anjo, senhores, não se sabe,
que muita coisa a um anjo se assemelha.

Esses trapos azuis, olhai, sou eu.
Se vós não os vedes, culpa não me cabe
de andar vestido em túnica vermelha."


Jorge de Lima

Fonte: Projeto Releituras

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Antes que acabe em nós

Árias Pequenas. Para Bandolim - Hilda Hilst


Antes que o mundo acabe, Túlio,

Deita-te e prova

Esse milagre do gosto

Que se fez na minha boca

Enquanto o mundo grita

Belicoso. E ao meu lado

Te fazes árabe, me faço israelita

E nos cobrimos de beijos

E de flores


Antes que o mundo se acabe

Antes que acabe em nós

Nosso desejo.


(Júbilo Memória Noviciado da Paixão(1974) - Árias Pequenas. Para Bandolim - XI)
(Poesia: 1959-1979 - São Paulo: Quíron; [Brasília]: INL, 1980.)


Fonte: Hilda Hilst

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Pessoas que se recusam a enfrentar a realidade

"Um dos sinais dolorosos de anos de educação emburrecedora é a quantidade de pessoas que são incapazes de formular um argumento coerente. Elas são capazes de expressar suas emoções, de questionar o motivo dos outros, de fazer ousadas afirmações, de repetir slogans – tudo, menos de raciocinar."

Thomas Sowell

Leia o artigo completo: Pensamentos esparsos - Thomas Sowell

Fonte: Mídia Sem Máscara

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

lógica e dialética

Baixe o livro - Lógica e Dialética - Mario ferreira dos Santos

"Uns objectos residem no espaço e no tempo, como os objectos das ciências naturais; outros, apenas no tempo, como os fenômenos psíquicos, e outros não são nem temporais nem espaciais, como os objectos matemáticos e os da lógica. Essas diferenças exigem métodos diferentes. Por isso, a aplicação do método deductivo na física, como o fêz Descartes, não poderia dar os resultados esperados, pois a contextura dos fenômenos físicos não é apenas matemática. Também a aplicação do método experimental, na Psicologia, não apreendeu senão parte dos fenômenos psicológicos, porque a vida é rebelde a toda sistematização. A predominância de uma das ordens energéticas, a da intensidade ou a da extensidade, exige a aplicação de métodos diferentes."


Mario Ferreira dos Santos


Baixe o livro - Lógica e Dialética - Mario Ferreira dos Santos

ebook - tropa de elite

"A população reclama da gente porque acha que é muito fácil manter a ordem na cidade. Mal sabe que, enquanto o jantar está sendo saboreado em família, na frente da televisão, no conforto do lar, do outro lado, no submundo, muito sangue está correndo, o nosso e o dos vagabundos."


Baixe o livro - Tropa de Elite


Fonte: Forum-Invaders

domingo, 18 de novembro de 2007

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Quanto ao pacifismo

Baixe o livro: A rebelião das massa - José Ortega y Gasset

"Há uns dias, Alberto Einstein acreditou ter "direito" a opinar sobre a guerra civil espanhola e tomar possessão ante ela. Ora bem, Alberto Einstein usufrui uma ignorância radical sobre o que acontece na Espanha agora, há séculos e sempre. O espírito que o leva a esta insolente intervenção é o mesmo que há muito tempo vem causando o desprestígio universal do homem intelectual, que, por sua vez, faz com que o mundo vá à deriva, falta de pouvoir spirituel."


Baixe o livro: A rebelião das massa - José Ortega y Gasset

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Qualquer vivia em uma como cidade

Qualquer vivia em uma como cidade
(com sinos abaixo tão flutuantes acima)
flores calor outono e frio
cantava seu sem dançava seu com

Mulheres e homens (os itos e os inhos)
nem queriam saber de qualquer
plantavam o não-ser colhiam seu mesmo
sol lua estrelas e chuva

Crianças supunham (mas só umas poucas
e p'ra baixo esqueciam ao p'ra cima crescer
outono frio flores calor)
que ninguém o amava mais por mais


Ela quando por já e planta por folha
dele ria a alegria carpia o pesar
ave por neve e ande por pare
o qualquer de qualquer era tudo para ela

Alguéns desposavam seus tudos
deles riam os choros cantavam a dança
(dormir acordar esperar e então)
diziam seus nuncas dormiam seus sonhos

Estrelas chuvas sol e lua
(e só essa neve começa a explicar
como crianças podem se esquecer de lembrar
com sinos abaixo tão flutuantes acima)

Um dia morreu qualquer eu acho
(e ninguém se abaixou para sua face beijar)
gente de afã os enterrou lado a lado
pouco a pouco e foi a foi

Tudo por tudo e fundo por fundo
e mais por mais eles sonham seu sono
qualquer e ninguém terra por flores
desejo por alma e o se pelo sim

Mulheres e homens (os dins e os dãos)
calor outono frio e flores
colheram o plantado e foram sua volta
sol lua estrelas e chuva.

e. e. cummings
(trad. Julio Pinto de (anyone lived in a pretty how town))

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Audiobook em português IV

Baixe: Poemas de Fernando Pessoa

Ah, um Soneto
Aniversário
Auto psicografia
Cruz na Porta da Tabacaria
Esta Velha Angustia
Grandes são os Desertos
O Guardador de Rebanho parte VIII
O Menino da Sua mãe
O Monstrengo
Ode Triunfal
Poema em Linha Reta
Quando Era Jovem
Quero Ignorado
Se Te Queres Matar
Tenho do das Estrelas
Vem sentar-te comigo Lídia
Vem, Noite


Baixe: Poemas de Fernando Pessoa


Fonte: PDL

domingo, 11 de novembro de 2007

Tolices.

Baixe o livro: O homem que era quinta-feira - G. K. Chesterton

"- Tolices! - exclamou Gregory, que era muito racional quando outro qualquer tentava paradoxos. - Por que razão todos os passageiros dos comboios têm um ar triste e cansado, tão triste e tão cansado? Vou dizer-lhe: é porque sabem que o comboio vai direito ao seu destino, é porque sabem que chegarão à estação para que tomaram bilhete. E porque sabem que a estação a seguir a Sloane Square será Vitória e nenhuma outra senão Vitória. Oli, que alegria louca! Oh, como brilhariam os seus olhos e como as suas almas voltariam ao Paraíso se a próxima estação fosse, inexplicavel mente, Baker Street!"

Baixe o livro: O homem que era quinta-feira - G. K. Chesterton


Fonte: PDL

Confie em mim.

Diogo Mainardi no Jô Soares 06.11.2007

Parte 1


Parte 2



Parte 3

Fonte: Um certo Diogo Mainardi

sábado, 10 de novembro de 2007

O acesso aos prazeres proibidos

Baixe o livro: Madame Bovary - Gustave Flaubert

"Habituou-se a freqüentar a taberna, com a paixão pelo dominó. Encerrar-se todas as noites num lugar público imundo, para bater com pedaços de osso de carneiro, marcados com pintas pretas, em cima de mesas de mármore, parecia-lhe um acto precioso da sua liberdade, que lhe elevava o conceito que tinha de si mesmo. Era uma espécie de iniciação no mundo, o acesso aos prazeres proibidos, e, ao entrar, punha a mão na maçaneta da porta com um gozo quase sensual: Então, muita coisa nele reprimida se expandiu, aprendeu de cor versos que cantavam as boas-vindas, entusiasmou-se por Béranger, aprendeu a fazer ponche e conheceu, enfim, o amor Graças a este gênero de preparação, fracassou completamente no seu exame de oficial de saúde. Era esperado em casa, na noite do próprio dia do exame, para festejar o seu triunfo!"



Baixe o livro: Madame Bovary - Gustave Flaubert

Fonte: PDL

Uma falsificação criada por nós mesmos

“Certas emoções saltam por cima dos anos e estabelecem ligações inesperadas entre lugares diversos. Às vezes estas ligações chegam a fazer-nos perder a noção de onde estamos, e nos vemos sozinhos: o rapaz, o menino, a criança pequena. O mundo físico, que ainda continuamos a provar, parece-nos então uma falsificação criada por nós mesmos, que sempre conhecemos.”

V.S. Naipaul, Os mímicos.


sexta-feira, 9 de novembro de 2007

O Cego

Baixe: Rainer Maria Rilke - Poemas

Baixe: Rainer Maria Rilke - Contos

"Ele caminha e interrompe a cidade,
que não existe em sua cela escura,
como uma escura rachadura
numa taça atravessa a claridade.

Sombras das coisas, como numa folha,
nele se riscam sem que ele as acolha:
só sensações de tacto, como sondas,
captam o mundo em diminutas ondas:

serenidade; resistência —
como se à espera de escolher alguém, atento,
ele soergue, quase em reverência,
a mão, como num casamento."


Baixe: Rainer Maria Rilke - Poemas

Baixe: Rainer Maria Rilke - Contos


Fonte: Portaldetonando

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

...se tivéssemos uma verdadeira Antropolo­gia, uma verdadeira Psicologia, tais fatos seriam conhecidos de todos.

Baixe o livro : O Lobo Da Estepe - Hermann Hesse

"O "suicida" — e
Harry era um deles — não precisa necessariamente viver em relações particularmente intensas com a morte; isto se pode fazer sem que se seja um suicida. É pró­prio do suicida sentir seu eu, certo ou errado, como um ger­me da Natureza, particularmente perigoso, problemático e daninho, que se encontrava sempre extraordinariamente ex­posto ao perigo, como se estivesse sobre o pico agudíssimo de um penedo onde um pequeno toque exterior ou a mais leve vacilação interna seriam suficientes para arrojá-lo no abismo. Esta classe de homens se caracteriza na trajetória de seu desti­no porque para eles o suicídio é a forma de morte mais veros­símil, pelo menos segundo sua própria opinião. A existência dessa opinião, que quase sempre é perceptível já na primeira mocidade e acompanha esses homens durante toda sua vida, não representa, talvez, uma particular e débil força vital, mas, ao contrário, encontram-se entre os suicidas naturezas extraordinariamente tenazes, ambiciosas e até ousadas. Mas assim como há naturezas que caem em febre diante da mais ligeira indisposição, assim propendem essas naturezas a que chamamos "suicidas" e que sempre são muito delicadas e sensíveis à menor comoção, a entregar-se intensamente à idéia do suicídio. Se tivéssemos uma ciência que possuísse coragem e autoridade suficientes para ocupar-se do ho­mem, em vez de fazê-lo simplesmente no mecanismo dos fenômenos vitais, se tivéssemos uma verdadeira Antropolo­gia, uma verdadeira Psicologia, tais fatos seriam conhecidos de todos."


Baixe o livro : O Lobo Da Estepe - Hermann Hesse


Fonte: 4shared-paradisenow

Carta a Serge Diaghilev

"Ao Homem

Não posso nomeá-lo, pois não se pode nomeá-lo. Não o escrevo às pressas, pois não quero que suponha que eu estou nervoso. Eu não sou um homem nervoso. Gosto de escrever calmamente. Gosto de escrever. Não gosto de escrever frases bonitas. Não aprendi a escrever frases bonitas. Quero escrever o pensamento. Eu preciso do pensamento. Não tenho medo de você. Sei que me detesta. Eu o amo como a gente ama um ser humano. Não quero trabalhar com você. Quero lhe dizer uma coisa. Eu trabalho muito. Não estou morto. Eu vivo. Deus vive em mim. Eu vivo em Deus. Deus vive em mim. Eu trabalho muito a dança. Minha dança está progredindo. Eu escrevo bem, mas não sei escrever frases bonitas. Você gosta de frases bonitas. Eu não gosto de frases bonitas. Você forma trupes. Eu não formo trupes. Não sou um cadáver. Sou um homem vivo. Você é um homem morto, pois seus objetivos estão mortos. Não o chamei de amigo, pois sei que é meu inimigo. Eu não sou seu inimigo. O inimigo não é Deus. Deus não é um inimigo. Os inimigos buscam a morte, eu busco a vida. Eu tenho amor. Você tem maldade. Eu não sou uma besta feroz. Você é uma besta feroz. As bestas ferozes não amam as pessoas. Eu amo as pessoas. Dostoievski amava as pessoas. Eu não sou um idiota. Sou um homem. O Idiota de Dostoievski é um homem. Eu sou um idiota. Dostoievski é um idiota. Você achava que eu era tolo. Eu achava que você era tolo. Nós achávamos que nós éramos tolos. Não quero conjugar. Não gosto de conjugações. Você gosta que as pessoas se inclinem dian­te de você. Eu gosto que as pessoas se inclinem diante de mim. Você injuria os que se inclinam. Eu amo os que se inclinam. Eu atraio as inclinações. Você faz medo às inclinações. Sua inclinação não é uma inclinação. Minha inclinação é uma inclinação. Eu não aceito seu sorriso, porque ele tem cheiro de morte. Eu não sou a morte, e não sorrio. Não escrevo para escarnecer. Escrevo para chorar. Eu sou um homem com sentimento e razão. Você é um homem com inteligência, mas sem sentimen­to. Seu sentimento é mau. Meu sentimento é bom. Você quer me perder. Eu quero salvá-lo. Eu o amo. Você não me ama. Eu lhe quero bem. Você me quer mal. Conheço suas artimanhas. Eu fingia estar nervoso. Fingia ser tolo. Eu não era um moleque. Eu era Deus. Eu sou Deus em você. Você é uma besta, e eu sou amor. Você não ama aquelas pessoas agora. Eu amo aquelas pessoas e todos agora. Não pense, não escute. Eu não sou seu. Você não é meu. Eu o amo agora. Eu o amo sempre. Eu sou seu. Eu sou meu. Você é meu. Gosto de conjugá-lo. Gosto de me conjugar. Eu sou seu. Eu sou meu.

Quero lhe escrever muito, mas não quero traba­lhar com você, pois seus objetivos são outros. Sei que sabe fingir. Não gosto de fingimentos. Gosto de fingi­mentos, quando o homem quer o bem. Você é um homem mau. Você não é um czar. Já eu, eu sou um czar. Você não é o meu czar, e eu sou o seu czar. Você me quer mal. Eu não lhe quero mal. Você é mau, e eu sou uma canção de ninar. Nana, nana, nana, nana. Durma sossegado, nana, nana. Nana. Nana. Nana.

De homem para homem

Vaslav Nijinski"

cadernos de nijinski

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Mas poder-se-á estabelecer uma comparação tão cínica e grotesca?

Baixe o livro - Crime e Castigo - Fiodor M. Dostoiévski

"Não há dúvida", resmungou para consigo próprio, passado um minuto, com um certo sentimento de auto-humilhação, "não há dúvida de que já não há maneira de emendar nem de desfazer todos esses disparates... e, portanto, é preciso não pensar mais nisso. O que eu farei é apresentar-me ali sem dizer nada e... cumprir a minha obrigação... também sem murmurar, e... e não apresentar desculpas nem dizer uma palavra do assunto; e... e também não há dúvida de que já está tudo perdido."

Baixe o livro - Crime e Castigo - Fiodor M. Dostoiévski

Fonte: Biblioteca Novos Horizontes

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Canto dos Emigrantes

"Com seus pássaros

ou a lembrança de seus pássaros,

com seus filhos

ou a lembrança de seus filhos,

com seu povo

ou a lembrança de seu povo,

todos emigram.


De uma quadra a outra

do tempo,

de uma praia a outra

do Atlântico,

de uma serra a outra

das cordilheiras,

todos emigram.


Para o corpo de Berenice

ou o coração de Wall Street,

para o último templo

ou a primeira dose de tóxico,

para dentro de si

ou para todos, para sempre

todos emigram."


Alberto da Cunha Melo


Fonte: Plataforma Para Poesia


Audiobook em português III

As Cidades Invisíveis - Italo Calvino

A Metamofose - Franz Kafka


Fonte: Encontro Marcado

Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe

"O Prêmio Jabuti em seu momento Cágado, ameaçado por uma paroxítona...
E o 49º Prêmio Jabuti, conferido pela Câmara Brasileira do Livro, teve, quem diria?, o seu “momento cágado”, e ainda com ameaças paroxítonas a rondá-lo. Uma estrovenga chamada “Latinoamericana – Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe” recebeu o grande prêmio de “livro do ano de não-ficção”. Trata-se de uma parceria do Laboratório de Políticas Públicas, da Uerj, comandado por Emir Sader, e da Boitempo Editorial, editora comandada pela namorada de Emir, Ivana Jinkins. É um daqueles momentos em que há um casamento feliz entre o público e o privado... O “projeto” custou, ao todo, R$ 2,023 milhões. Vocês verão de onde saiu o dinheiro. E tudo isso para cantar as glórias passadas, presentes e futuras da esquerda “latinoamericana”. O Jabuti premia a mentira, o engodo, a mistificação ideológica e o lixo intelectual. E vou provar. E aceito que a Câmara Brasileira do Livro tente demonstrar que estou errado."

Continue lendo no blog do Reinaldo Azevedo - Veja.com

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Filosofia da caixa preta

Baixe o Livro: Filosofia da caixa preta - Vilém Flusser

“O caráter mágico das imagens é essencial para a compreensão das suas mensagens. Imagens são códigos que traduzem eventos em situações, processos em cenas. Não que as imagens eternalizem eventos; elas substituem eventos por cenas. E tal poder mágico, inerente à estruturação plana da imagem, domina a dialética interna da imagem, própria a toda mediação, e nela se manifesta de forma incomparável.”


Baixe o Livro: Filosofia da caixa preta - Vilém Flusser

Mais sobre Vilém Flusser

domingo, 4 de novembro de 2007

Governo Federal

"O doente pode querer ou não querer quinino, mas o que quer certamente é saúde. Ninguém diz: 'Estou cansado desta dor de cabeça; quero uma dor de dentes!', ou: 'A única coisa para esta gripe russa é uma varicela germânica!' ou ainda 'Através desta caliginosa provação catarral, avisto o refulgente paraíso dum reumatismo!'. Todavia, a dificuldade dos nossos problemas públicos está toda em que certos homens procuram curas que outros homens considerariam como doenças ainda piores e oferecem ideais de saúde que outros se obstinam em classificar de estados patológicos."

G. K. CHESTERTON

Fonte: Pró Tensão

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

As forças de autodestruição do ser humano

"Elas são inegáveis, típicas da criatura e do ser composto, porque os elementos componentes que formam uma nova estrutura são subordinados ao interesse da totalidade, porém cada um deles tem, também, o seu interesse próprio, da sua parte que colide com o interesse coletivo. Por isso nos decompomos e, tudo quanto é físico, decompõe-se e se destrói. Será possível, será suficiente que a nossa coragem possa enfrentar esta autodestruição?"

Mário Ferreira dos Santos

continue lendo: As forças de autodestruição do ser humano

Audiobook em português

O Alienista (Machado de Assis)

Os Lusíadas (Luís de Camões)

Dom Casmurro (Machado de Assis)

Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto)

Contos (Lima Barreto)


Fonte: LibriVox

E esse hiato truncado quem soletra?

"Hiato

Nem o corpo transborda nem o tempo

recua. A mão carece

e o sabe. Todo gesto nos encurta.

Para todos os lados somos nós.

e os muros, limitado

cone de nervos, solidão de braços.

E o que em nós se guardou mal nos conhece.


Aqui se esteve e , isento, outro se volta.

Esperou-se acordado, como idêntico,

e a fração, cinco sextos do momento,

deixou tudo de fora.

Acaso é por espaços que se cortam

as raízes ao tempo

ou antes foi de manso e pelo peito

que cresceram com dedos de memória

para dentro?


Mal se pergunta,

mas em tudo, vão, talvez, que se recorda,

no corpo ardia a seiva

ou se ajustava

tempos nas veias

o espaço recolhido que em nós morre?

Morreu-se um pouco e sofre

a sílaba quebrada que se tece

de negativas

não, amor, quando, e era a vida

que, consentida, é um laço a mais, teu lábio e a terra.

E esse hiato truncado quem soletra?"


Bruno Tolentino - anulação & outros reparos