"Ri tua face um riso acerbo e doente,
que fere, ao mesmo tempo que contrista...
Riso de ateu e riso de budista
gelado no Nirvana impenitente.
Flor de sangue, talvez, e flor dolente
de uma paixão espiritual de artista,
flor de Pecado sentimentalista
sangrando em riso desdenhosamente.
Da alma sombria de tranqüilo asceta
bebeste, entanto, a morbidez secreta
que a febre das insânias adormece.
Mas no teu lábio convulsivo e mudo
mesmo até riem, com desdéns de tudo,
as sílabas simbólicas da Prece!"
Cruz e Sousa (1861 - 1898)
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