terça-feira, 30 de outubro de 2007

Casa Vazia - Alberto da Cunha Melo

CASA VAZIA

Poesia alguma, nunca mais
será um acontecimento:
escrevemos cada vez mais
para um mundo cada vez menos,


para esse público dos ermos,
composto apenas de nós mesmos,


uns joões batistas a pregar
para as dobras de suas túnicas,
em seu deserto particular;


ou cães ladrando, noite e dia,
dentro de uma casa vazia.

Alberto da Cunha Melo


*Esse poema foi transcrito das gravações realizadas pelo pessoal do Café Colombo quando entrevistaram Bruno Tolentino. Se comparado ao poema original, pequenas alterações foram feitas por Tolentino, como por exemplo, poema nenhum por poesia alguma , e latindo por ladrando . O poema ficou mais musical e ritmado.

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